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Mais de 1.500 agricultores protestam em Santa Rosa

Terça-Feira, 10.03.2015 às 12h45
protesto leite sr

Um ato público chamando atenção para a qualidade do Leite Gaúcho e a crise por que passa a cadeia produtiva, um dos sustentáculos econômicos da região Fronteira Noroeste, reuniu em torno de 1.500 agricultores familiares na manhã desta terça-feira (10) em Santa Rosa. O cálculo do número de participantes é da equipe do POE da Brigada Militar.


A manifestação apartidária foi coordenada pela Fetag e sua Macrorregional, que é composta pelas Regionais Sindicais Santa Rosa, Ijuí, Missões I, Missões II e Três Passos. Conforme o Coordenador da Regional Grande Santa Rosa, Pedrinho Sinhori, o momento é de extrema dificuldade na cadeia leiteira no Estado. Uma série de problemas conjunturais vem ocasionando a retração de consumo, aliada à redução no valor pago por litro ao produtor, além de outros problemas como a elevação dos custos de produção com a alta da energia elétrica e óleo diesel, que impactam negativamente na cadeia produtiva. Até o momento, 15 indústrias já fecharam muitas delas entrando em falência sem mesmo quitar débitos com os produtores.


A regional sindical e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura FETAG, estão empenhadas em chamar a atenção da sociedade sobre os problemas que vêm sendo enfrentados. A pauta com as reivindicações foi entregue no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, além de representantes do Poder Público e autoridades presentes.


A mobilização teve inicio na Praça da Independência, onde várias autoridades se manifestaram e percorreu ruas da cidade até o Parcão, onde aconteceu o encerramento com a distribuição de leite aos presentes.


Uma vaca também foi trazida por uma família de agricultores e caminhou junto com a multidão. Lideranças sindicais, cooperativistas, prefeitos e vereadores participaram do ato em solidariedade ao movimento. O deputado federal Heitor Schuc esteve presente e outros parlamentares como Elvino Bohn Gass, Osmar Terra, Jéferson Fernandes e Elton Weber enviaram representantes.

 

A CRISE DO LEITE
O produto teve queda abrupta de preço no mercado nacional depois que eclodiram repercussões na mídia sobre a descoberta de cargas de leite adulteradas com a adição de água para dar mais volume ao produto e os transportadores obterem mais lucro.


Para burlar os testes feitos pela indústria e não identificar a água adicionada, eram colocadas nos tanques dos caminhões quantidades de ureia com formol, bicarbonato de sódio, água oxigenada, sal, soda, entre outros. Cópias de receitas da fórmula diabólica chegaram a ser apreendidas durante as operações denominadas de “Leite Compen$ado” deflagradas pelo Ministério Público.


A fraude não teria envolvido produtores. A adulteração do produto teria se dado, como dito no campo, “da porteira para fora”, por ação de um grupo de transportadores, proprietários e funcionários de indústrias, que avisavam quando não havia a presença de fiscais do Ministério da Agricultura e então os que integravam o esquema aproveitavam para descarregar o produto com mistura ou mesmo industrializá-lo e comercializá-lo, segundo revelado por escutas telefônicas autorizadas pela justiça.

 

RÁDIO OLINDA FM- PAULO ROBERTO STAZIAKI- DRT/RS 07.485

FOTO: JORNAL FOLHA CIDADE


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